Conhecimento e muita precisão: o segredo de Kimiye Yamawaki para o sucesso na reabilitação de mão e aplicação de órteses

“A terapia de mão não é importante, ela é fundamental! E não dá para ter bons resultados sem conhecimento”. É assim, de forma clara e direta, que a gerontologista e especialista em terapia da mão Kimiye Yamaguti Yamawaki explica a relevância da reabilitação e da inclusão de órteses neste membro tão importante. Ela ressalta que tratamentos como este precisam ter uma conexão entre quem trata e quem é tratado. “A mão não perdoa, é exigente. Não se consegue resultados satisfatórios sem muita dedicação, envolvimento e trabalho, tanto da parte dos profissionais envolvidos quanto dos pacientes”.

O conceito que hoje se consolidou na prática clínica de Kimiye veio de uma formação impactante em sua carreira. Há cerca de 20 anos, formou-se em uma das primeiras turmas do curso de Geriatria e Gerontologia, na Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro. Um tempo depois, na França, trabalhou em um dos melhores serviços para reabilitação da mão do país. O local chegava a atender cerca de 8000 cirurgias de membros superiores por ano e precisava do trabalho intenso de profissionais fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, da psicologia, fisiatria e educação física.

Yamawaki fez parte desse time e ali entendeu como conhecimento e ação devem ser absorvidos com vigor para caminharem rumo ao alívio e à cura de quem sofria com problemas na mão.”Diversas atividades foram úteis para o meu desenvolvimento, como workshops, cursos, congressos, simpósios e vivências em laboratório de anatomia. Mas foi participando de cirurgias eletivas e de urgências que pude rever essa complexa anatomia. Aprendi como funciona essa reabilitação e o que se espera do resultado anatomicamente”.

Órteses adaptadas e bem aplicadas

Ao longo de sua carreira, a profissional atendeu diversos casos tratados e, como aliados, utilizou materiais termoplásticos para suas resoluções. “A lista de utilização das órteses é imensa, pois as uso para quase tudo. Alguns exemplos são imobilização para fratura de dedos, punho e cotovelos; órteses dinâmicas para extensão de dedos longos; correção de mão e pé tortos; paralisia radial, cubital e de membro superior; lesão ligamentar, de tendões flexores ou extensores; artrites, artroses, tendinites e muitos outros”.

Ela elenca, então, os seus modelos preferidos de órteses e dá dicas de como as confecciona. “Sempre desenho moldes personalizados no planejamento de qualquer órtese, o que confere maior precisão na confecção e aproveitamento das placas. Aprendi com a terapeuta de mão francesa Collete Gabbe a planejar cada detalhe, como a abertura da órtese, colocação dos acessórios e a posição das articulações. Muitas vezes, confecciono órteses que fazem funções alternadas, ora flexão, ora extensão para reduzir o custo de material e garantir o máximo de funções possíveis naquele dispositivo. Quando quero maior resistência, faço órteses circulares e dobro as bordas distais e proximais. Para isso, gosto dos modelos Orfit Classic microperfurado e Orfit Color NS 2mm”, explica.

Um caso marcante de atendimento relembrado pela especialista mostrou a paciência, dedicação e conhecimento que um reabilitador de mão deve ter para obter sucesso nos atendimentos. “Tratei de um paciente com graves queimaduras nos membros superiores por óleo industrial a 200°C. Na ocasião, ele já estava cicatrizado e com sequelas, pois não foi enxertado no 1º serviço. Iniciei a reabilitação após 9 meses porque ele foi submetido a uma série de 10 cirurgias (enxertos, retalhos, capsulotomias e tenólises). A cada cirurgia, o objetivo era diverso. Ao longo de 2 anos, órteses para diferentes funções foram confeccionadas e alternadas em um trabalho intenso que durava 6 horas por dia. Foi realmente um esforço importante de 3 elementos que não se devem separar: cirurgião, terapeuta e paciente”, finaliza.

/home/b/blogefectiv/www/wp-content/themes/solana/page.php