Empatia que motiva o conhecimento: Rachel Matos e as órteses de mão

Por Patricia Toni

“Aprendi, como terapeuta ocupacional, a respeitar a dor, seja ela física ou emocional. A dor é subjetiva, difícil de mensurar e, por isso, respeitar quem a sente é o início para o tratamento que se baseia na confiança do paciente para com o terapeuta”. É assim que Rachel Matos, terapeuta ocupacional formada em Salvador e especialista em terapia e órteses de mão, cotovelo e ombro pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, entende sua profissão: uma atividade que alcança resultados positivos, considerando e respeitando as mazelas de seus pacientes.

Matos, hoje, é professora da Universidade Federal de São Carlos e lidera a equipe de terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas da Clínica Sementes, ambas em São Paulo. Mas há 18 anos, quando optou por atuar com a profissão, escolheu-a por se identificar com suas características, que vão além do atendimento puramente físico. “Escolhi a terapia ocupacional, pois queria ajudar as pessoas com alguma dificuldade, seja ela física e/ou mental. Aos poucos, percebi a dimensão da profissão”, conta.

"No registro, parte da equipe  Rachel Matos de terapeutas ocupacionais composta por Ricardo Almeida, Rogerio Oliveira, Susi Botilhao, Willian Marques , Samantha Salles e José Pinto"

No registro, parte da equipe Rachel Matos de terapeutas ocupacionais composta por Ricardo Almeida, Rogerio Oliveira, Susi Botilhao, Willian Marques, Samantha Salles e José Pinto.

 

Matos entendeu o que o conceito de reabilitação física significava para a terapia ocupacional e seguiu por essa área. “A palavra reabilitar significa fazer voltar, ou seja, voltar ao convívio social, retornar as atividades normais como comer, vestir, se higienizar, pagar uma conta , dirigir. Este olhar minucioso com os detalhes, de prestar atenção e se preocupar com a independência do ser humano para atividades básicas e diárias da vida, só a graduação permite”, conclui.

E quanto mais tempo se passa trabalhando com a retomada dessas funções, mais aprendizados são absorvidos por meio das trocas entre paciente e profissional. A terapeuta conta que, a cada atendimento, “aprendemos não só a mudar protocolos, mas aprendemos com os pacientes! Aprendemos sobre costura, publicidade, direito, administração. Aprendemos através das conversas com aqueles que querem falar e a ficar em silêncio com os que não querem conversar. Você fica a sessão inteira com o paciente e acaba conhecendo outros mundos. É uma lição de vida!”, aponta.

Colocando a afinidade em prática com as órteses de mão

Por compreender que só com o conhecimento é possível encontrar a melhor maneira de cuidar da saúde das pessoas, a terapeuta viajou, em 2012, até Antuérpia, na Bélgica, acompanhada da terapeuta ocupacional Regyane Costa, para conhecer a sede da Orfit, uma das maiores fabricantes de materiais termoplásticos do mundo. “Lá fizemos inúmeros modelos de órteses de mão diferentes dos usados aqui no Brasil. Pudemos experimentar diversos materiais e suas aplicações para cada necessidade. Me apaixonei pela linha Orfit Colors 2.0mm, gosto muito da Orfilight e da Orfibrace, e considero o material da Orfit Eco 3.2 um coringa!”, relata Matos.

Logo após ter retornado da Bélgica, a terapeuta já pôde usar o saber adquirido sobre órteses de mão em um caso importante. “Uma vez, atendemos um piloto de jet ski que fraturou os polegares (fratura bilateral de metacarpo). Ele precisava retornar aos treinos do campeonato que estava disputando, mas não poderia sem proteção. Na época, eu tinha recém-chegado da Bélgica e estava com a placa Cristal. Confeccionei uma órtese de restrição que poderia molhar. O terapeuta da mão Ricardo Mesquita, que trabalha comigo, ajudou na confecção e o paciente pôde realizar os treinos”, relata.

E com as pesquisas e experiências que ganhou, dentro e fora do Brasil, Rachel Matos, hoje, tem acúmulo de práticas clínicas. Baseada nisso, ela dá sugestões de confecção de órteses de mão para alguns quadros. “A dica que dou é optar pela Orfit Colors 2.0mm para fazer órtese articulada para cotovelo, pois a articulação fica fixa com um melhor acabamento. A placa, por ser fina, permite o contato exato do parafuso com a articulação e sua fixação. O material tem resistência e não quebra, suportando a articulação e peso do braço”, explica.

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