A Oficina da Mão e o empoderamento por meio das órteses

Uma das principais funções do terapeuta ocupacional é ajudar a devolver a independência e autonomia das pessoas por meio de seus movimentos básicos. A tarefa de reabilitar, por exemplo, as atividades das mãos de um paciente depois de uma lesão restitui mais do que a mobilidade, mas também a autoestima e dignidade de quem sofreu um trauma. E na Terapia Ocupacional, esse empoderamento se dá por meio das órteses de mão. Os profissionais da clínica Oficina da Mão, localizada em São Paulo, e coordenados pela renomada terapeuta ocupacional Maria Cândida de Miranda Luzo, endossam essa missão.

O terapeuta ocupacional Fernando Vicente Pontes

O terapeuta ocupacional Fernando Vicente Pontes

Para Fernando Vicente Pontes, membro da equipe de terapeutas ocupacionais da clínica, o profissional deve reabilitar, mas mais do que isso, incentivar seu paciente. “O profissional atua mediando o processo de reabilitação, pois, muitas vezes, nosso cliente precisa apenas de algumas orientações para que se torne o verdadeiro ator desse processo. Nós apontamos o caminho, estamos juntos em todo o percurso, mas quem o realiza é a pessoa”, aponta.

O poder de resiliência e adequação a novas situações do corpo é um poder que fica mais nítido de ser enxergado com a Terapia Ocupacional. “Aprendi que, não importa o que aconteça, o nosso corpo vai se adaptar muito mais fácil do que a gente imagina. A terapia ocupacional promove ao paciente isso, novas possibilidades de fazer algo de forma diferente!”, salienta Marilia Trevelin, terapeuta que também compõe o time da Oficina da Mão.

No detalhe, a terapeuta ocupacional Caroline Paulon

No detalhe, a terapeuta ocupacional Caroline Paulon

Entender as características de cada paciente é outro ponto indispensável para auxiliar no resgate a sua independência.”Cada indivíduo possui a sua particularidade, individualidade e independente da patologia cometida, o meu olhar para esse indivíduo tem que ser único”, destaca Caroline Paulon que, assim como seus colegas, é parte integrante do grupo de terapeutas ocupacionais do espaço.

E não é só o paciente que ganha nesse processo! Para a também terapeuta ocupacional do local, Adriana Imamura, “a Terapia Ocupacional me ajuda a pensar fora da caixa, ser persistente, olhar para situações de forma mais ampla e tentar tirar o melhor que puder de um problema ou adversidade!”.

 Órteses de mão do jeito certo!

A terapeuta ocupacional Marilia Trevelin

A terapeuta ocupacional Marilia Trevelin

A ferramenta mais importante para um profissional especialista em reabilitação de mão é a órtese. É ela que materializa o trabalho do terapeuta ocupacional e abre as possibilidades de independência para o paciente.Mas é preciso saber confeccioná-la.“A órtese não é simplesmente um artesanato. Sua confecção requer conhecimentos sobre anatomia, fisiologia, biomecânica, física, propriedades dos materiais, dentre tantos outros. E a partir desses conhecimentos, criamos um dispositivo que realmente consiga atender às necessidades dos nossos clientes”, explica Pontes.

Então, a importância de saber escolher qual termoplástico utilizar para cada caso é fundamental. Os profissionais têm as suas preferências e explicam por quê. “A Orficast me dá mais possibilidades nas adaptações de utensílios e promove órteses mais confortáveis, principalmente aquelas usadas nas regiões com comissuras e peles mais finas e delicadas (crianças e idosos). Atendo também muitos pacientes neurológicos, com a Orfit Eco 3.2, tenho a resistência que preciso para segurar um membro com mais espasticidade. Já a Orfilight é usada para órteses mais elaboradas e tem um estilo que a maioria dos pacientes gosta, principalmente com a variação de cor e espessura do material”, relata Trevelin.

E para produzir a órtese de mão com eficácia, a cautela com o acabamento deve ser redobrada. “É preciso tomar cuidado com a temperatura da água para que o material não aqueça demais, ter tesouras bem afiadas para que o corte possua um bom acabamento e ter cuidado com a pressão dos dedos durante o momento que está confeccionando a órtese no membro do paciente, para evitar possíveis pontos de pressão e digitais no material”, ensina Paulon.

Em atendimento, a terapeuta ocupacional Adriana Imamura

Em atendimento, a terapeuta ocupacional Adriana Imamura

O uso das órteses é a chave para a superação de pacientes e atua desde casos mais simples até em quadros mais graves. O resultado é, na maioria das vezes, de auxílio imprescindível na volta da rotina de quem sofre com a falta de mobilidade. “Atendi um paciente que teve mais de 50% da superfície corpórea queimada. Foi um longo processo de reabilitação. As órteses tiveram um papel muito importante, primeiro para posicionar os membros na fase mais grave do paciente, quando estava na UTI e quase não se movimentava. Depois, para ganho da amplitude de movimento, seriando o uso das órteses nos intervalos dos exercícios. Foram feitas adaptações para alimentação e higiene com termoplásticos também”, conta Imamura.

As órteses podem ser adaptadas para ajudar no uso do celular, de talheres, de lápis e canetas, objetos manuseados em atividades simples, mas que se tornam tarefas muito difíceis após um trauma. A autonomia que os termoplásticos promovem na fase de reabilitação é o que motiva o trabalho de profissionais como os terapeutas ocupacionais da clínica Oficina da Mão e é o que faz pacientes nessa situação acreditarem no seu poder de se reinventar e de transformar sua realidade.

 

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