A importância de respeitar as particularidades da mão no processo terapêutico, com Rosana Oliveira

“Nossa mão possui particularidades e executa atividades totalmente antagônicas, que variam desde movimentos delicados e precisos, como escrever ou tocar um instrumento, até tarefas que exijam força e potência. Isso requer do terapeuta sensibilidade, conhecimento dos protocolos de reabilitação e, principalmente, escuta para conseguir reconhecer e entender as expectativas reais do paciente em relação ao seu tratamento”. As palavras da terapeuta ocupacional e especialista em terapia da mão, Rosana Oliveira, definem por que é tão importante respeitar a individualidade de cada caso quando o assunto é reabilitação de mão.

Com 18 anos de trajetória, desde as fases dos estudos até a consagração da sua experiência nos dias de hoje, Rosana sempre entendeu o quanto é complexo e encantador o universo de cuidar do movimento das mãos. “Em 2003, logo quando concluí a graduação na primeira turma de terapia ocupacional, em São Luís do Maranhão, resolvi aprofundar meus conhecimentos e mudei para Belo Horizonte para me especializar em terapia da mão pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. Durante o estágio que fiz no Hospital Maria Amélia Lins, referência em cuidados ortopédicos de média e alta complexidade, me apaixonei pela modalidade e suas diversas possibilidades”, relata.

Nesse período, Rosana teve a oportunidade de aprender a confeccionar órteses e perceber como seu uso influenciava diretamente no tempo de recuperação dos pacientes. Anos mais tarde, assumiu o setor de terapia da mão do Instituto Ortopédico de Goiânia (IOG) e abriu seu próprio consultório, atividades que exerce até hoje.

O papel fundamental das órteses para um tratamento preciso

Mais de 90% das atividades necessitam da utilização da mão, desde escovar os dentes, alimentar-se, vestir-se, trabalhar e praticar esportes. Segundo ensina Rosana, para atender a essa infinidade de funções, a natureza da mão é composta por estruturas delicadas e individualizadas. Por isso, quando é lesionada, precisa de um tratamento tão diverso e detalhado quanto sua estrutura. 

“A especialidade oferece, por meio de avaliação precisa, conhecimento das patologias que acometem o membro superior, bem como de sua anatomia e biomecânica. Além disso, oferece a possibilidade de um tratamento direcionado à autonomia e independência, fazendo uso de protocolos que repercutem diretamente no manejo da dor, cuidados com a cicatriz para prevenção de aderências, controle do edema, realização de exercícios e atividades para ganho de amplitude de movimento e força, orientação para reeducação sensorial, promoção do treino de motricidade fina (habilidade manual), orientações de ergonomia, confecção de órteses e adaptações sob medida”, explica.

Ao falar em órteses de mão, Rosana aponta que considera a ferramenta fundamental para o sucesso da reabilitação desse membro. “Confesso que não consigo enxergar a terapia da mão sem a confecção das órteses. Por trabalhar em hospital ortopédico, tenho uma grande demanda, seja para preparar uma musculatura para cirurgia, substituição de gesso, auxiliar no ganho de amplitude de movimento, repouso articular, diminuição da dor e melhora da função. Uso com frequência o modelo Orfit Eco 2.4, da fabricante Orfit, por sua resistência, por apresentar facilidade de modelar, excelente acabamento e boa memória. Priorizo seu uso em órteses grandes, trocas de gesso e órteses dinâmicas”, conta.

No entanto, Rosana informa que, na grande maioria das vezes, sua eleita é a linha Orfilight, por possuir um material leve, confortável, ser bonita e com bom acabamento. “É uma das prediletas dos pacientes, com ela, faço órteses para patologias como rizartrose, síndrome do túnel do carpo, síndrome de Quervain, epicondilite lateral, lesão da fibrocartilagem triangular, abdutores de polegar, entre outras”.

Para finalizar, a terapeuta entrega algumas sugestões para que a confecção de órteses seja bem aceita pelo paciente. “A dica para uma órtese bonita e que tenha aderência é fazer com que o paciente sinta-se parte importante dentro do processo de confecção e planejamento, levando em consideração sua idade, ocupação, dando oportunidade de escolha da cor da placa e velcros. Considero importante também enviar ao prescritor uma foto do paciente usando a órtese para que o mesmo fique seguro em relação a sua confecção e posicionamento, além de explicar ao paciente seus objetivos com o uso da órtese de forma clara e precisa”.

/home/b/blogefectiv/www/wp-content/themes/solana/page.php