Estudo, didática e transparência são os diferenciais da terapia de mão, por Mariana Soares

“A cada paciente que chega frustrado, com dor e sai com esperança de recuperar sua função, sua força, habilidades e qualidade de vida, sinto que é muito gratificante! Proporcionar conhecimento e a explicação para ele do que está acontecendo gera confiança e melhor aderência ao tratamento. Eu gosto de explicar a patologia, como será o tratamento e o porquê do uso da órtese. Sou apaixonada pela minha profissão!”. Para a Mariana Soares, terapeuta ocupacional especialista em terapia de mão, o atendimento com a especialidade só faz sentido se o profissional compartilhar seu conhecimento e detalhes do tratamento com o paciente de forma didática e transparente. Para ela, os resultados dessa atenção são transformadores para as duas partes.

Mariana já demonstrava saber o quão importante é o diálogo e a preocupação com o que pensam e sentem seus futuros pacientes, quando ingressou na graduação. “Ao entrar na faculdade de Terapia Ocupacional pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), em 2010, eu dizia que gostaria de trabalhar com saúde mental, porém com a realização das matérias, percebi que me identificava mais com a área da reabilitação física. Quando cheguei aos estágios, não tive dúvida: me apaixonei pela terapia de mão e confecção de órteses”.

Então, nessa área, para poder ter a didática necessária com seus pacientes, Mariana sabia que precisava adquirir conhecimento. Por isso, decidiu estudar áreas que abrangem trabalhos com crianças, idosos e pessoas que se identificam com tecnologia para conseguir alcançar a melhor linguagem para esses públicos. “Cada paciente tem suas particularidades e as patologias se manifestam de formas diferentes. Por isso, a importância da especialidade no processo de reabilitação. Me aperfeiçoei com a terapia de mão no ambulatório de Neuropediatria do Centro de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, de Ribeirão Preto. Depois, me especializei em reabilitação do membro superior e terapia de mão e fiz mestrado em Biotecnologia pela Universidade Federal de São Carlos. Ali, meu estudo foi ‘Efeito da realidade virtual para treino de habilidades motoras e cognitivas em idosos institucionalizados’, em que trabalhei com o dispositivo Kinect para a reabilitação de ombro”, conta.

Ela vê como essencial esclarecer para seus clientes a função do trabalho com a reabilitação de mão e, assim, fazer com que enxerguem mais claramente a importância, além do óbvio, de seus membros superiores. “Quando meus pacientes me perguntam o que é a terapia de mão, eu sempre respondo que o principal objetivo da terapia ocupacional é dar autonomia e independência para os pacientes. Portanto, para que se tenha essas duas coisas, é preciso ter funcionando bem a principal executora das atividades humanas, as nossas mãos”, aponta.

A profissão proporciona aos terapeutas um contato próximo com cada paciente e suas histórias. São experiências de vida, relatos de casos marcantes, que são lições. “Uma vez, uma paciente chegou para o atendimento com diagnóstico de rizartrose bilateral. Ela estava sentindo dor, frustrada e deprimida por estar tendo perda de função e não conseguir realizar algumas atividades que davam prazer, como o bordado. Confeccionei uma órtese de posicionamento de polegar para dar estabilidade articular bilateral. Após o uso e algumas sessões de terapia, a paciente me mostrou um vídeo bordando. Estava muito feliz e, o mais importante, sem dor para realizar as atividades”. Assista ao vídeo!

Segundo Mariana, a paciente adaptou-se muito bem à órtese que foi confeccionada com a placa termoplástica Orfit Eco Black NS, modelo de órtese da fabricante Orfit. “É de fácil manuseio, molda perfeitamente no braço do paciente, além de ser de rápida confecção, memória e ótimo acabamento. Uso a de 2,4 mm para órteses de dedos e punho, que são mais delicadas, ou para casos ortopédicos e reumatológicos. Utilizo a de 3,2 mm para órteses de cotovelo, órteses circulares e de posicionamentos de punho de dedos com espasticidade, para casos neurológicos. Também utilizo o modelo Orficast para órteses de dedos, gosto da espessura e da facilidade para moldar”, explica.

E já que o assunto aqui é didática, a profissional finaliza com algumas orientações para a confecção de órteses, um jeito especial de fazê-las para que sejam bem recebidas por quem for vesti-las. “Primeiro, que sempre deixo o paciente escolher a cor do velcro e da placa, com isso, ele se sente parte das decisões de confecção e fica mais à vontade com o uso da órtese. Além disso, utilizo o soprador para dar acabamento nas bordas e para fixar os velcros, o calor ajuda a colá-los na placa. Outra dica é passar as orientações corretas de como usar a órtese, de limpeza e outros cuidados. Sempre dou o exemplo de não deixá-la dentro do carro ou na cabeceira da cama, lugares onde bate muito sol”.

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