Entendendo a complexidade da terapia de mão e de suas órteses, com Pryscilla Mychelle

O que a mão humana pode fazer? Quando a utilizamos em seu perfeito estado, quase não percebemos a infinidade de ações que ela pode proporcionar. Levar a comida à boca, escrever, tomar banho, escovar os dentes, dirigir e mais uma infinidade de atividades podem ser feitas de forma independente com as mãos. Mas, ao perder os seus movimentos, é possível notar o tamanho da sua importância. “A mão é uma parte muito complexa e que possui muitas habilidades. Somente deixando de tê-la por um certo tempo é que se percebe isso”, explica a terapeuta ocupacional especialista em terapia de mão pela Universidade Federal de São Carlos (SP), Pryscilla Mychelle da Silva Paula. Por ser expert no assunto, a profissional tem como parceira nos tratamentos as órteses de mão, ferramentas que se adequam à complexidade desses membros.

Com 18 anos de carreira, Pryscilla Mychelle começou a ter mais afinidade pela terapia de mão após alguns anos trabalhando com a reabilitação de pacientes com problemas neurológicos. As áreas têm as suas similaridades, principalmente quando o assunto é ferramentas de adaptação. “Para esses casos, já confeccionava órteses sob medida e, a partir daí, comecei a receber pacientes ortopédicos. Me interessei muito por essa área, fiz a especialização e, atualmente, atendo mais casos ortopédicos e reumatológicos no Consultório de Cirurgia da Mão, em São José do Rio Preto, São Paulo”, relata.

A experiência fez a terapeuta ocupacional aprender algumas lições importantes para a sua prática clínica. “Após me aprofundar na área, percebi que a visão sobre os casos é mais abrangente e específica. Antes, os pacientes faziam cirurgia e eram encaminhados para reabilitação apenas após 45 dias. Hoje, com a terapia da mão, que é uma reabilitação precoce, no caso de pós-cirúrgicos, obtemos também a prevenção de complicações e deformidades articulares”, conta a terapeuta.

Um olhar personalizado para as órteses de mão

Em um ramo que necessita de um olhar profissional tão personalizado para cada situação, o trabalho feito com as órteses de mão é muito importante. Pryscilla relata um exemplo específico que demonstra como entender as particularidades de cada caso e adaptar os acessórios para isso é essencial. “Há poucos meses, confeccionei uma órtese longa, do polegar até o epicôndilo, para uma paciente idosa com fratura de escafóide, usada por 45 dias. Ela jogava biribol três vezes na semana e, após a retirada da órtese, me contou que utilizava apenas uma mão na prática, evitando a lesionada por dor e receio. Pedi para trazer a órtese na próxima sessão e a diminuí até o terço médio do antebraço, retirei polegar e pedi para usar durante o jogo. A partir daí, ela começou a usar a mão, sentindo-se mais segura e sem dor”.

E como é o profissional quem monta o acessório, é preciso escolher o melhor material. A terapeuta aponta suas preferências. “Gosto da Orficast para órteses em anel, nos casos de dedo em gatilho em até três dedos da mesma mão. Esse material é mais leve e confortável, não atrapalhando a movimentação dos dedos nas atividades e impedindo o problema. Gosto muito também das linhas Orfit Colors Micro Perfo e Orfilight Black Mini e Micro Perfo. Os pacientes adoram as opções coloridas ou na versão preta para evitar que suje. Coloco velcros coloridos e o paciente triste com aquela lesão dolorida, sai do consultório mais animado, elogiando o material, a leveza e a cor”, finaliza.

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