Experiências que transformam a terapia de mão, com Daniele Scarcella

“Me tornei a terapeuta ocupacional e terapeuta de mão que sou pela influência das melhores escolas e melhores profissionais da área. Qualificando e quantificando a melhora e a evolução de meus pacientes e por crer que poderia fazer o melhor por eles, naquele momento e ocasião”. É assim que Daniele Scarcella define sua trajetória até aqui. Ela se considera repleta de experiências que transformaram e ainda transformam suas vivências com a terapia de mão.

A sua primeira experiência começou em 2004 quando, ainda no ensino médio, se formava em técnica de design de interiores. “Já havia, desde então, uma tendência a gostar de atividades com exigência de habilidades manuais, concretizar projetos, uso de criatividade e idealizar, construir ou adaptar ambientes e instalações”, relembra.

No entanto, depois de alguns anos, o destino a levou para outro universo: a graduação em terapia ocupacional. Sem saber ao certo em qual das vertentes da TO se especializar, Daniele se abriu para mais uma experiência importante para entender seu caminho ideal. “Até o final da graduação, realizei um estágio observacional no Hospital Israelita Albert Einstein. Lá, descobri minha predileção por contextos hospitalares e conheci outras referências na terapia da mão e reabilitação neurológica”, relata.

Em 2010, após a pós-graduação em Contextos Hospitalares pela Santa Casa de São Paulo, e já atuante na reabilitação de membros superiores, Daniele estava a um passo de definir sua grande predileção. “Meu maior laboratório foi quando tornei-me terapeuta ocupacional no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Lá, trabalhei durante quase 9 anos em terapia da mão e reabilitação de membros superiores e realizei minha segunda especialização também direcionada para estes temas”, conta.

Depois, vieram ainda mais experiências: Um mestrado em Ciências da Reabilitação, estágio de docência em universidades e trabalhos junto a médicos e cirurgiões de excelência no Vita, clínica de ortopedia e fisioterapia de São Paulo, onde atua até hoje.

Tudo para contribuir com seu repertório.

A prática que é fruto da experiência

Ao conviver e observar o trabalho de profissionais renomados da terapia de mão, e depois de passar por tantos níveis de estudo, Daniele reuniu conhecimento sobre diversos aspectos da profissão. “Levo como lição para a vida que trabalhar pelo desenvolvimento biopsicossocial de pessoas, atender, através da nossa expertise, demandas como lesões tendíneas e nervosas, fraturas do membro superior, síndromes compressivas, tenossinovites, rigidez, deformidades, amputações podem modificar não só as condições atuais de nossos clientes, mas modificar seus papéis ocupacionais e aumentar sua atuação nos diferentes contextos para o resto da vida”, orgulha -se.

Além disso, pode adquirir conhecimentos importantes sobre adaptações, tecnologia assistiva, uso da realidade virtual e, claro, sobre a criação de órteses. Ela conta um caso que demonstra a versatilidade do que aprendeu em tantas experiências. “Tenho uma história com uma paciente que sofreu amputação de quatro dedos, permanecendo apenas com o polegar e os ossos do metacarpo do 2º ao 4º dedos. Não fiz exatamente uma órtese, mas uma adaptação com o formato de dedos. Naquele momento, a maior demanda para ela era voltar a apoiar as duas mãos no uso de uma vassoura e segurar no apoio do ônibus. Talvez aquele não fosse o recurso mais funcional, em detrimento de uma prótese, mas testamos e ela se sentiu satisfeita com a solução que demonstrei naquele momento”.

A terapeuta ressalta que as órteses que considera mais funcionais são as de facilitação tenodese, para lesões de nervo radial ou lesão de plexo braquial,  assim como os abdutores curtos de polegar para pacientes espásticos ou com desequilíbrio da musculatura intrínseca do polegar (rizartrose).

Daniele fala também sobre seus modelos de órteses favoritos e por que os escolheu. “Tenho predileção pelo Orfilight, da fabricante Orfit, para órteses que incluem dedos (abdutores curtos de polegar, dedeiras), ou até o punho (estabilizadores de punho, abdutores longos). O Orfilight me parece a mais resistente entre os materiais mais leves. Utilizo o microperfurado, pois essa qualidade do material previne a maceração de pele. Gosto das cores mais escuras ou vibrantes por evidenciar menos o encardimento do uso contínuo”, explica.

A profissional também destaca a Orfit Colors, principalmente para crianças e atletas, e a Orfit Eco, para órteses que exijam maior resistência.

Para finalizar, uma dica preciosa de terapeuta de mão para terapeuta de mão. “Experimente a órtese em você, se ela couber, ou experimente as órteses que você mesmo faz. É possível prever alguns pontos de pressão se você tiver a prática constante de confeccionar, mas você somente saberá o que incomoda no paciente ao colocar-se no lugar dele”.

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