O papel essencial das órteses para a reabilitação de mão, com Tânia Assumpção

O papel essencial das órteses para a reabilitação de mão, com Tânia Assumpção.

“Na prática clínica diária, as órteses são um recurso essencial para a reabilitação da mão”. A terapeuta ocupacional e fisioterapeuta Tânia Assumpção tem a visão clara sobre o papel das órteses de mão para a sua profissão. Por isso, ela aponta que “sua aplicação requer do terapeuta conhecimento, criatividade e experiência”.

Formada desde 1995 pela Universidade Federal de Minas Gerais, ela entende a importância das órteses e, durante toda sua formação, buscou conhecimento e vivência sobre o assunto. “No início da graduação, visitei um serviço de reabilitação da mão, me apaixonei e decidi que queria trabalhar nesta área. Direcionei meus estágios extracurriculares para isso e, em seguida, me especializei. Posteriormente, me graduei também em fisioterapia e pude trabalhar com a terapeuta da mão, Paula Pardini, e o cirurgião de mão, Arlindo Pardini. Atualmente, trabalho em consultório particular e coordeno o serviço de Terapia da Mão da Santa Casa de Belo Horizonte”, conta.

Tânia explica que a estrutura da mão é fascinante e complexa, por isso, os tratamentos para ela devem ser precisos, e é aí que entra a boa escolha das órteses. “Tratamentos mal conduzidos poderão levar a resultados desastrosos. Além de uma órtese bem construída, o sucesso de sua utilização depende de outros fatores como a aceitação e a adesão do paciente ao programa de uso. Precisamos pensar também no design e escolhermos um material adequado”.

Mas como confeccionar o melhor modelo para cada caso? A terapeuta ocupacional dá a dica: “As mãos não vêm nos tamanhos pequeno, médio ou grande. É essencial que cada órtese seja bem projetada, construída e adaptada ao paciente para o qual foi planejada. Seguir os princípios mecânicos, biomecânicos, levar em consideração o tipo de lesão, a anatomia envolvida, o tempo fisiológico de cicatrização do tecido, fatores individuais como idade e gosto são todos quesitos que devem ser levados em consideração na confecção de uma órtese”.

Além disso, Tânia orienta que é importante observar que algumas órteses, pelo seu tamanho, volume e design serão bastante chamativas, então, é preciso ter bom senso e adaptar o recurso ao estilo de vida do paciente. “Lidamos com pessoas mais discretas e outras mais ousadas. Então, pode-se optar por um material colorido, velcros contrastantes, mas sempre caprichando no acabamento. Um detalhe: velcros com bordas arredondadas fazem toda a diferença. Visualmente, a órtese precisa agradar aos olhos”, explica.

Segundo a profissional, para a maioria das órteses de dedos, polegar, mão e punho relacionadas a problemas ortopédicos e reumatológicos, alguns modelos são bacanas. Exemplo: materiais de 2,5 mm de espessura e microperfo como Orfilight Black ,Orfilight AtomicBlue e Orfilight Beige . “A Orfilight Black microperfo tem a preferência dos meus pacientes. Eles gostam porque “suja menos”, é leve, confortável e lavável. Para pacientes neurológicos ou para órteses maiores, gosto do Orfit Eco . O Orficast é ótimo para confeccionar órteses pequenas, como um anel em oito”, exemplifica Tânia.

Quando o assunto é a eficácia do método, o tempo de recuperação vai depender do estágio do problema, mas em grande parte das vezes, o resultado é positivo. “Algumas órteses têm um resultado imediato, o que é extremamente gratificante, tanto para o terapeuta quanto para o paciente! Observamos, por exemplo, quando alguém chega com um quadro de paralisia do nervo radial, queda do punho e dos dedos e sem capacidade de preensão, pois ele não é capaz de estender o punho e abrir a mão para segurar qualquer objeto. Ao posicionarmos a mão em uma órtese tipo tenodese, o paciente consegue novamente apreender e soltar objetos com sua mão lesionada”.

A terapeuta ocupacional alerta, para finalizar, a necessidade da participação ativa do paciente no processo da reabilitação da região das mãos. “Seguir em casa um programa de órteses ou exercícios é essencial para o sucesso do tratamento. Com a prática, aprendi que essas orientações precisam ser as mais objetivas possíveis. Garanta que o paciente as entendeu e, então, acrescente outras gradativamente”, pontua.

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